O Vale do Paraíba, situado ao norte do estado de São Paulo, em direção ao estado do Rio de Janeiro, entre a Serra da Mantiqueira (divisa com Minas Gerais) e a Serra da Bocaina do litoral paulista.
Trata-se de uma região histórica do estado de São Paulo onde teve início o ciclo do café, A ocupação da região do Vale do Paraíba foi feita a partir do final do século XVII e início do século XVIII, quando o ouro passava por essa região em direção ao porto de Paraty. A partir dai esse percurso foi ganhando povoados que serviam como pouso para viajantes e tropeiros e até mesmo a travessia de ouro com o gado vindo do Rio Grande do Sul, com o proposito de abastecer a região mineira. O início do Vale teve como base o próprio leito do rio Paraíba. Seu desenvolvimento populacional e econômico permitiu aos pioneiros deixarem as planícies das margens do rio e buscarem novos lugares nas serras do Mar e Mantiqueira.
Apesar de se tratar de uma grande região do estado de São Paulo, que integra cidades como Aparecida, Taubaté, São José dos Campos, Lorena, entre outras, o foco de nossos relatos e análises serão as ditas Cidades Mortas, como assim chamou Monteiro Lobato. Esse grupo de cidades, interligadas através da Rodovia dos Tropeiros, teve seu auge econômico no período áureo do café e viu seu declínio, ilustrado no conto de Monteiro Lobato, com a transição dessa cultura para o oeste paulista. Desde então, cidades como São José do Barreiro, Silveiras e Bananal viveram em estagnação e com uma grande diminuição de sua população, principalmente no século XX. Essas cidades, que foram visitadas no mês de Novembro de 2017, serão analisadas ao longo do blog, onde abordaremos as problemáticas e contradições que se acentuam até hoje em espaços outrora prósperos e que se desenvolveram, acima de tudo, apoiados na mão de obra escrava.
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